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sábado, 18 de setembro de 2010

Um dado da fé

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Setembro, 2010

Percebe-se na imprensa, ultimamente, um clima meio borocochô em relação ao momento político. Aliás, não apenas na imprensa. Sem que se possa falar exatamente numa atmosfera de velório, o certo é que pra todo lado as pessoas estão, no mínimo, dando farol baixo. O instante é de apreensão.

Dilma como fato consumado para os próximos quatro anos é névoa seca que ofusca o ambiente. Sente-se uma irritação subterrânea com o eleitorado “zé mané”. A palavra não é decepção, é irritação mesmo, porque ninguém se decepciona com cincada previsível. Podia dar nisto e parece que vai dar.

Na verdade as pessoas até aprovam o governo do Lula e não negam a ele o direito de ter sua candidata. Difícil é entender a mágica avassaladora com que ele vendeu sua canhestra invenção à massa ignara.

Deus do céu!, ninguém conhece a Dilma! Se era para eleger um clone e seguir manobrando na sombra, porque não alguém com alguma disponibilidade empática? Dilma não é comunicativa, pisa duro, tem “gênio difícil” e fala muito mal. É desprovida de experiência política e não consta possuir flexibilidade para negociar. (Precisaria orientações minhas, mas eu não pretendo abandonar o Blog da Maria Helena…rá, rá, rá…)

A única virtude que não se negava a ela, para o exercício do cargo, que seria a austeridade, ficou arranhada a partir desse episódio Erenice.
É claro que mãe ministra sabe quando o filho pratica tráfico de influência no âmbito de sua jurisdição. E não menos claro que a chefe dessa mãe, amiga íntima trabalhando na mesma sala, também sabe. Uma sem-cerimônia alegar distância do que fez “o filho da amiga”… Ora, ora!

Ninguém está aqui para defender superioridade pessoal no candidato do PSDB, nem Serra é a ameaça da vez. Quem ameaça ser nossa presidente é Dilma. Portanto é nela que recaem os cuidados do eleitor consciente.
-Quem é dona Dilma? A propaganda omite, contorna, não esclarece.

Temos o direito de saber. Nascemos e nos criamos no país que Lula está “endossando no verso” para ela contabilizar. Não é que uma mulher não possa pilotar um Jumbo. Até que pode. Mas sem experiência mínima de duas horas de voo!

Não se trata também de insegurança fundada no passado dela, em suas escolhas de jovem militante. Pessoas destemidas são admiráveis. Ela colocava a vida em risco na mesma época em que nós, muitos de seus contemporâneos, defecávamos para uma ditadura militar impostora e comprávamos, a prestações, fuscas de calotas cromadas para impressionar garotas com o mesmo charme que ela perdia encafuada nos aparelhos.

O problema não é este. O problema é com a respeitável senhora Dilma de hoje, esta candidata cuja personalidade e preparo não se abrem com clareza em suas mensagens e exteriorizações. Como eleitores, ficamos à mingua de dados que nos permitam avaliá-la.

Dilma vem sendo assimilada pelos brasileiros como um dado da fé, a fé dogmática que seguramente só é professada por uma pessoa neste país: o presidente Lula. Ele fez o PT engolir Dilma goela abaixo e caminha para conseguir o mesmo dos brasileiros. Vamos precisar de sorte.
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Publ. em 16.09.2010, em http://oglobo.globo.com/pais/noblat/mariahelena/

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